Marçon (esquerda) e outro ex-combatente,
em frente ao monumento aos pracinhas da FEB, |||
dia 30, no Forte Ipiranga, em Caçapava
em frente ao monumento aos pracinhas da FEB, |||
dia 30, no Forte Ipiranga, em Caçapava
José
Antônio Marçon é o o único dos cerca de 150 moradores de Jacareí (SP) que lutaram na Segunda Guerra Mundial que permanece no município. Um mudou-se para São Paulo e os demais morreram. Ele completou 98 anos na terça-feira, 10 de maio. Pouco antes, em 30 de abril, o veterano participou das comemorações dos 71 anos do confronto
com os alemães durante a investida vitoriosa dos pracinhas da FEB (Força Expedicionária
Brasileira) na batalha de Fornovo di Taro, na Itália. Marçon estava lá como integrante da 9ª
companhia de fuzileiros do 6º RI (Regimento de Infantaria) de Caçapava. Tinha 26 anos. Aos 18, ele havia sido sorteado para cumprir o serviço militar obrigatório, por um ano, no mesmo 6º RI - naquele tempo os jovens eram sorteados para servir.
Marçon trabalhava na roça, em Jacareí, quando foi surpreendido pela carta de convocação do Exército. Deveria apresentar-se para os treinamentos que fizeram dele soldado municiador apto a embarcar para a Itália, palco do conflito. O mundo ocidental, assim como nós o conhecemos, tem uma grande dívida de gratidão aos milhares de heróis que arriscaram suas vidas nessa guerra que durou de 1939 a 1945 para evitar o domínio alemão. Uma fração de crédito a essa bravura, por mérito, pertence a Marçon. Os círculos militares entendem assim. Tanto que ele e mais 11 estiveram no centro das homenagens aos combatentes de Fornovo, no Forte Ipiranga, em Caçapava, em 30 de abril, homenagens que se repetiram à tarde do mesmo dia em Quiririm, distrito de Taubaté, onde ele nasceu. Depois, novamente, à noite voltou ao forte, em Caçapava, onde aconteceu uma encenação da batalha.
Fram muitas emoções. Mas não maiores que a recepção inesquecível que ele e os demais tiveram ao retornar ao Brasil em 1945, recorda-se. “O medo e a presença constante do perigo estavam presentes o tempo todo nos campos de batalha”, conta o velho combatente. Os pracinhas não tinham a menor noção do que os esperava em cada ponto do território italiano, a cada missão. “Vimos coisas que jamais vamos nos esquecer”, diz. A maior participação foi num momento crítico em que muitos combatentes das tropas aliadas saíram das regiões de Monte Castelo, Castelnuovo, Monte Prano, Fornacci e Fornovo Di Taro para lutar na França invadida pelas tropas do eixo. Marçon ficou. Permaneceu nesses locais no efetivo então reduzido. Conta que muitas vezes sobreviveu a intensa artilharia inimiga que não dava trégua, pois era encarregado de reabastecer com munição as tropas e durante o combate sob fogo cruzado.
Marçon trabalhava na roça, em Jacareí, quando foi surpreendido pela carta de convocação do Exército. Deveria apresentar-se para os treinamentos que fizeram dele soldado municiador apto a embarcar para a Itália, palco do conflito. O mundo ocidental, assim como nós o conhecemos, tem uma grande dívida de gratidão aos milhares de heróis que arriscaram suas vidas nessa guerra que durou de 1939 a 1945 para evitar o domínio alemão. Uma fração de crédito a essa bravura, por mérito, pertence a Marçon. Os círculos militares entendem assim. Tanto que ele e mais 11 estiveram no centro das homenagens aos combatentes de Fornovo, no Forte Ipiranga, em Caçapava, em 30 de abril, homenagens que se repetiram à tarde do mesmo dia em Quiririm, distrito de Taubaté, onde ele nasceu. Depois, novamente, à noite voltou ao forte, em Caçapava, onde aconteceu uma encenação da batalha.
Fram muitas emoções. Mas não maiores que a recepção inesquecível que ele e os demais tiveram ao retornar ao Brasil em 1945, recorda-se. “O medo e a presença constante do perigo estavam presentes o tempo todo nos campos de batalha”, conta o velho combatente. Os pracinhas não tinham a menor noção do que os esperava em cada ponto do território italiano, a cada missão. “Vimos coisas que jamais vamos nos esquecer”, diz. A maior participação foi num momento crítico em que muitos combatentes das tropas aliadas saíram das regiões de Monte Castelo, Castelnuovo, Monte Prano, Fornacci e Fornovo Di Taro para lutar na França invadida pelas tropas do eixo. Marçon ficou. Permaneceu nesses locais no efetivo então reduzido. Conta que muitas vezes sobreviveu a intensa artilharia inimiga que não dava trégua, pois era encarregado de reabastecer com munição as tropas e durante o combate sob fogo cruzado.
Somente quando os alemães se renderam foi que descontraíram. Era fevereiro de 1945. A vitória foi na batalha de Fornovo, que durou dois dias, depois da 4ª investida da
artilharia brasileira contra o inimigo. Ao receber o ultimato para que se entregasse incondicionalmente, o comando alemão disse que só se renderia aos soldados brasileiros. Um padre da região fizera os contatos para o cessar-fogo.
Marçon chegou em Jacareí aos 12 anos, levado pelo pai, Pedro
Marçon, imigrante italiano de Veneza, e a mãe, Maria Trevisan, também italiana. Tinham imigrado para trabalhar na
lavoura em campo que arrendaram. Porém, ao jovem Marçon havia sido reservada missão maior. Obrigado, soldado.
Marçon (terceiro perfilado da esquerda para direita)
em frente ao monumento à FEB no Forte Ipiranga, em Caçapava
Marçon (terceiro perfilado da esquerda para direita)
em frente ao monumento à FEB no Forte Ipiranga, em Caçapava
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