Parei pouco. O tempo necessário para uma pequena entrevista
com Nelson, policiando-me para que embalado na conversa não perdesse a noção
do tempo. Não queria me sentir atrapalhando, pois, quando cheguei, havia outro visitante
ilustre na casa, mais o filho do casal. Demorei pouquinho mais que o necessário para entrevistar o promotor. Terminado, anunciei que estava
de saída e, sob protestos elegantes de Esther e Nelson, na despedida tive grata
surpresa: ofereceram-me levar doces feitos por eles acondicionados em dois potinhos que me
emprestavam. Lembrei-me, nostálgico, que no século
passado era comum esse gesto de brindar uma visita à saída com guloseima
feita em casa, uma prática que prolongava o prazer da visita.
A satisfação da visita só terminava na devolução das vasilhas, no meu caso os potinhos. Pelo caminho rememorei essas práticas que impunha regras gostosas de cumpri-las. Exemplo? jamais
devolver os potinhos vazios. Deveria fazê-lo com petiscos à altura. Perdeu-se
muito desse costume, infelizmente. As pessoas cada vez menos recebem potinhos com doçuras quando vão à casa de alguém. O
ritual dessas hoje raras visitações de cortesia ficou mais pobre. A gente
percebe isso no reflexo em seus textos mais recentes da Esther. Ela não tem mais escrito, sonhadora,
sobre saxofonistas solitários tocando numa tarde ensolarada na calçada em frente ao Banco
do Brasil para quebrar a chatice do trânsito engarrafado.
Ao contrário, li, dia destes, um texto em que Esther fazia críticas à situação atual do país e citava Cícero, em Latim, claro, para dizer que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, abusa demais de nossa paciência ao negar evidentes faltas graves cometidas (Esbravejar em latim é chique demais). Pois é, Esther, está difícil até escolher a iguaria para devolver nas embalagens. Eu que o diga! Acho que Cunha devolve vazios os potinhos que lhe emprestam. Se é que se lembra de devolvê-los.
Ao contrário, li, dia destes, um texto em que Esther fazia críticas à situação atual do país e citava Cícero, em Latim, claro, para dizer que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, abusa demais de nossa paciência ao negar evidentes faltas graves cometidas (Esbravejar em latim é chique demais). Pois é, Esther, está difícil até escolher a iguaria para devolver nas embalagens. Eu que o diga! Acho que Cunha devolve vazios os potinhos que lhe emprestam. Se é que se lembra de devolvê-los.
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