Grupo de Artes Cênicas da Universidade de Vila Velha - ES (2013) - (Foto:Divulgação)
Voltando ao passado, ainda há milênios, aquele misto de gesticulação
e grunhidos aperfeiçoou-se e gerou o código da fala e, depois, a representação
teatral. Foi num tempo muito, muito remoto que provavelmente jamais saberemos o quanto. O fato
é que trouxemos conosco, milênios a dentro, esse complexo comunicativo que
herdamos dos nossos pioneiros antepassados.
Por isso quando nos comunicamos com alguém por meio da fala,
utilizamos mais ou menos cada um desses recursos citados e adaptados obviamente ao nosso
jeito de ser e ao nosso “treinamento” inconsciente no dia-a-dia. Um ator em
cena utiliza muito bem quase todos esses recursos – já que é treinado para
isso – daí o fato de ele nos
impressionar mais ao representar um personagem se comparado ao cidadão comum
quando “representa seu papel” no universo cotidiano.
Para reforçar a tese, convido você a observar os animais.
Veja como o cão late e gesticula de várias maneiras dependendo da circunstância,
ou seja, do que tenta transmitir. O gato quando se defronta com um cachorro sinaliza
de maneira a não deixar dúvida quanto ao que está querendo “dizer” com a
postura do corpo. O macaco, então, dispensa explicações. Enfim, é o tipo de comunicação de cada um deles.
Essa combinação de gestos, posturas e sons são fatores
decisivos para se obter um resultado intencional adequado para cada situação que aparece. O
homem, que um dia passou por todo esse primarismo, desenvolveu essas técnicas de maneira a
transformá-las nos diversos falares da
comunicação verbal de um lado e nas não-verbais (cênicas) de outro.
A professora de arte dramática, atriz e declamadora Maud Scheerer, famosa na primeira metade do
século passado, escreveu na década de 1940 na revista The Rotarian (Rotarianos) um artigo que já naquela época, há quase
80 anos, conclamava que a comunicação humana se orientasse pela representação autêntica da interpretação teatral. A revista
Seleções fez uma condensação desse artigo na primeira edição que circulou no
Brasil (abril de 1942). Segundo Maud, “aqueles que representam bem seu papel na
vida definem e constroem a própria personalidade”.
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