quinta-feira, 24 de março de 2016

Amor cego e a questão da idade

Conheci uma jovem semana passada no Jacareí Shopping, sábado, 19, para ser mais exato, por quem me apaixonei. Saudável, leal, determinada e bonita. Ingênua, no sentido de que ainda não se deixou contaminar pela falsidade do mundo, mas a persegue com o risco da própria vida. Falo dela publicamente, quebrando minhas regras de discrição, como mínimo tributo à admiração que ela me causou à primeira vista. Chama-se Juddy.
Ju, já me permito chamá-la assim, pois, para mim, tornou-se “a cara!”

Como ninguém é perfeita, Ju é policial. Combate a corrupção, a falta de caráter, as injustiças, as traições e o mal do cotidiano em todos os seus papéis. Tem personalidade forte e não desiste de seus objetivos. Sua dedicação à causa humana vai além de suas obrigações, para falar a linguagem comum “vai além daquilo que lhe pagam para fazer”.
Ela representa, sem bandeira e sem chiliques, a causa básica feminina ainda longe de ser atendida. Tem sensibilidade à flor da pele e – o mais importante – passa a todos, de pronto, a beleza de seu caráter.


Como você já percebeu, ela é a personagem principal do filme Zootopia, em cartaz no Cinemark do Jacareí Shopping. A equipe Disney chegou ao topo em qualidade das produções. Tecnologia incrível (recomendo assisti-lo em 3D na sessão das 20h) e uma sutileza em trabalhar o enredo daquelas de fazer-nos suspirar de admiração. Riqueza de detalhes mínimos como, para citar apenas um, o telefone celular da Ju tem como símbolo, ao invés da maçã mordida como os da Apple, tem uma cenoura mordida. Como este tem dezenas de outros enfeites que chegam a fazer do cenário um filme à parte.

A história é toda metáfora. De tal modo, que crianças assistem e gostam pelo encantamento que lhes causam as imagens de bichos, adultos em geral admiram os efeitos impressionantemente perfeitos da tecnologia e adultos especiais apreciam tudo isso mais os simbolismos dessa fábula eletrônica que além do tratamento discriminatório à mulher, mostra a falsa harmonia social vivida pelos “bichos” humanos. Harmonia esta que precisa ser mantida a poder de polícia para que os viventes não voltem a se devorar uns aos outros conforme têm vontade.


A equipe Disney movimenta tudo isso e muito mais com a experiência quase centenária que começou com o rato humanizado Mickey, em 1920, e chega à apoteose com os humanos-ratos do século 21. Não todos, claro, como não eram todos ratos humanizados na era Mickey. Existem, tanto no filme quanto por aqui, outros bichos de boa índole como o preguiça Flash e mais alguns. E também os que nos sensibilizam e nos apaixonam como a coelha Ju. Concordo que as orelhas dela são um tanto compridas, mas, o amor é cego. Ou minha cegueira é questão de idade?! Melhor deixar as metáforas para os gêniais da Disney.

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