sábado, 11 de janeiro de 2020

Leitura e exercícios contra o Alzheimer


Dr. Khalsa, um dos pioneiros no estudo do Alzheimer


Médico indiano radicado nos Estados Unidos, Dr. Dharma Singh Khalsa, um dos pioneiros no estudo do mal de Alzheimer, revelou ao mundo leigo conceitos importantes sobre o assunto.

Segundo ele – ao contrário da crença enraizada até o final dos anos 1990 –.“o cérebro mantém células renováveis a vida toda”. Também, não existe a chamada perda de memória porque não se perde aquilo que não se tem. Verifica-se, isto sim, uma perda gradual da capacidade de retenção de fatos devido a causas adversas, a maioria externas.

Outra boa notícia, ainda segundo o estudioso, é que se pode facilitar de modo simples a recuperação da faculdade de memorizar acontecimentos. Um dos caminhos é a leitura constante. Essa prática que deveria ser comum vem sendo, há muito, criminosamente sufocada pela enviesada “maneira de ser” imposta pela vida contemporânea. Descobertas recentes (2019), acrescentam ainda que o exercício físico é outro grande estimulador por causa da produção de “irisina”, um hormônio descoberto há seis anos que ativa as sinapses cerebrais. Experiências feitas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro confirmam a prática.

Porém, existem regras. A primeira é criar uma conscientização para a leitura. Mesmo estando em ambiente movimentado, é bom procurar atingir o maior nível de concentração possível. Outra, é ler e entender o que está lendo, atitude que melhora com a prática e se transforma em hábito. A palavra escrita é um código de comunicação que leva a um ou vários significados. Por isto, quem lê deve habituar-se a formar na mente uma ou mais imagens interpretativas das palavras. Sempre.
Quanto ao exercício físico, é importante que cada pessoa pratique aquele ao qual mais se adapta, se possível com acompanhamento médico.

Outras técnicas que ajudam

Sempre que o ambiente permitir, ler em voz alta. Com isto está-se colocando mais um sentido humano (audição) a colaborar na memorização. Se trabalharem juntos visão e audição, vai-se conseguir, de quebra, uma boa ajuda da mecânica da fala. Desenvolvida, essa mecânica permite que o cérebro receba a informação sem os obstáculos de quem não está acostumado à leitura falada. Veja que tudo isto se faz com qualquer tipo de palavras, mesmo sem se valer de texto sofisticado.

É urgente combater um inimigo que chega sem avisar. Mesmo sem qualquer sintoma da doença, em qualquer idade, ler e praticar exercícios físicos é o caminho seguro para se proteger.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

PALHAÇADAS

O palhaço Dinho com voluntários da "Suzano"

No final da manhã de terça-feira, 1º de olhtubro deste 2019, o micro-ônibus do Colégio Lamartine parou no farol vermelho das ruas Capitão João José de Macedo com XV de Novembro, no centro de Jacareí. Quem está sempre por ali percebeu uma situação diferente da costumeira: Dinho, o palhaço de rua que agitava o pedaço havia dois anos e meio, não acenou barulhento para mexer com os estudantes durante aquele rápido momento de semáforo fechado. 

            Foi que moradores de um prédio de apartamentos em frente deram queixa à Prefeitura e a fiscalização acabou com a alegria da esquina. Alegaram os reclamantes que as rápidas palhaçadas do Dinho para com os motoristas e passageiros, de segunda a sexta, incomodavam.

Mesmo que você ache o contrário, deve concordar que devemos respeitar sim limites de barulho nas vias públicas, mas dentro de uma prática de bom senso e justiça. Há shows noturnos em altos volumes por toda Jacareí, inclusive próximos a hospitais. Carros com alto-falantes a esbanjarem decibéis por aquele mesmo cruzamento, além de motos de escapamento aberto cuja aproximação ouve-se a quilômetro; dia e noite.

Tais incômodos infernizantes permanecem impunes e “inqueixáveis”. Alguns desses ruídos incomodam faz anos. Guardas noturnos circulam de moto com  sirenes intermitentes, não sabemos se para tranquilizar os moradores ou lembrar aos ladrões em potencial que o pedaço tem dono. Palhaçada sem graça.

Vamos torcer por soluções sem preconceitos. Tomara o poder público consiga impor o desejado silêncio dentro das regras da igualdade. É bom destacar: tais exemplos de ruídos constantes são muito mais agressivos comparados à palhaçada inocente do Dinho. É difícil viver à cata de uns trocados na busca por sobreviver, mais ainda fazendo graça. Passe por lá e veja como aquele canto da velha cidade ficou mais triste sem o palhaço que o adotara.

Saudades do tempo em que não víamos a hora que instalassem  um circo em Jacareí (principalmente no Largo do Riachuelo) para vermos o palhaço, Mesmo com as surradas performances e velhas piadas que já sabíamos de cor, sempre as achávamos engraçadas. E ai de quem não as achasse.

domingo, 20 de maio de 2018

Salve Dona Cida Quitueira

Dia destes conheci melhor Maria Aparecida Jacinto, Dona Cida Quituteira, como é tratada nos meios apreciadores da boa comida tradicional de Jacareí, (Vale do Paraíba) em São Paulo. Cida já preparou e serviu milhares de refeições, a maioria para membros de clubes de serviços, como Rotary, Lyons e Maçonaria. Quem desfruta a vida social jacareiense, é quase certo que já experimentou um de seus "acepipes", como costuma dizer o promotor de justiça local, José Luiz Bednarski, admirador da quituteira. E, para quem a experiência de fato aconteceu, com certeza a felizarda ou o felizardo repetiu o prato.

Cida há mais de 30 anos cozinha nesse agito local de reuniões semanais dos "rôtaris" de Jacareí e nesse período já surpreendeu o paladar de membros da maçonaria e de entidades filantrópicas semelhantes. Nunca se preocupou em saber quantos membros formam seus "admiradores" e, se o fizesse, com certeza teria perdido a conta, dada a agitação contínua que a atividade exige dela.

 O INÍCIO

Tudo começou em 1972, ela com 13 anos, na cidade litorânea de Santos (SP) onde morou com uma prima. Aos 18, em 1977, voltou para Jacareí para uma colocação de trabalho intermediada por uma sobrinha. Era para cozinhar na então movimentada "Loja Bidu", hoje extinta, engolida que foi pelas grandes magazines que invadiram a cidade. Fazia café e almoço para os funcionários. Logo se tornou conhecida pela qualidade de seus preparados e, não demorou, foi convidada pelo médico Wandir Porcionato para cozinhar os jantares do Rotary Clube Jacareí às quintas-feiras. 

Logo depois, com a inauguração do Rotary Jacareí Oeste, foi automático: passou também a atender o novo clube às terças-feiras, levada pelo médico Venceslau Miranda e pelo executivo Nestor Pelóggia. Com isso, são 32 anos diretos no Jacareí e no Oeste, mais as passagens, durantes períodos seguidos, pelos "rôtaris" Flórida, Três de Abril e Avareí. 

MESTRE CUCA

Qual o segredo dessa preferência por sua cozinha? Modesta, ela diz que não existe prato seu mais elaboração que outro. Revela, porém, um segredo: seu "mestre cuca" e orientador para pratos refinados é o comerciante Flávio Esper com quem, diz, aprendeu muito e continua aprendendo: "ele sim, faz coisas especiais na cozinha", explica admirada.

Para ilustrar, conta que dia destes preparou o jantar da "Noite do Salmão" para 300 pessoas, que fez muito sucesso. Foi em benefício da casa de repouso para idosos "Amor e Caridade", em Jacareí mesmo. "Ficou na história", garante quem participou.

TECNOLOGIA

Mas, Dona Cida quer ir mais longe, Em abril de 2018 ela fez matrícula no básico do curso EJA (Educação para Jovens e Adultos) mantido pela secretaria de Educação local. "Eu preciso aprender esse negócio de mexer no computador porque se vou ficar para trás", diz ela preocupada em acompanhar o avanço da tecnologia.

Vai encarar novos desafios sem, claro, deixar o ramo de trabalho que lhe deu independência financeira, e com o qual formou seu filho em publicidade e marketing. Mas, segue sem pressa. Segundo seus admiradores, "para sorte nossa, computador nenhum no mundo vai conseguir, igual a ela, preparar um pintado cozido com mandioca ao molho de ervas", como se provou na terça-feira, 15 de maio de 2018. Uma data memorável para a gastronomia jacareiense. Sem exagero; sou testemunha.

sábado, 6 de janeiro de 2018

HAIKAI "DOS MANO"


Para quem não conhece, Haikai é um poema de origem japonesa adaptada no Brasil em sua forma acadêmica pelo poeta Guilherme de Almeida.

Considerado um excelente exercício para sintetizar ideias e desenvolver a criação de pequenos textos com grandes significados, o Haikai brasileiro tem o formato:

Três versos com um total de 17 sílabas distribuídas assim:
_  _  _  _  _             ou seja, 5 sílabas no primeiro verso;
_  _  _  _  _  _     ou seja, 7 sílabas no segundo verso
_  _  _  _  _             novamente 5 sílabas, no último verso.

Existem, ainda, 4 sílabas que devem ter rimas entre si:

01  02  03  04  05
06  07  08  09  10  11  12
13  14  15  16  17

a sílaba 05 deve rimar com a sílaba 17 e
a sílaba 07 deve rimar com a sílaba 12.

Lembre-se de que ao final de cada verso, para efeito de contagem, são lconsideradas apenas as sílabas tônicas (aquela que é acentuada, levando ou não acento gráfico), as chamadas "sílabas poéticas".
Por exemplo:

Veja  o  prefeito (A quinta sílaba é fei; o to não conta):
Põe fé: pré-feito, não é
Nem mesmo perfeito (A quinta sílaba é fei; o to não conta).

Agora, leia o Haikai dos mano, sem ajuda das cores nem dos números:


Pra saí co a "mina",

Ó mano, tô "precisano"

"Ganhá" na quina.





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MORAL DA COISA:


Com pouco de prática Você passa a crer:
Versos e matemática. Têm tudo a ver!

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Esquecidos domésticos, uni-vos!


Atravessou a área de serviço e veio em minha direção de cara fechada tão logo tirou a última peça de roupa da máquina de lavar. Alzira exibia na mão uma pequena moeda prateada de 50 centavos e esforçava-se para que o objeto não ficasse encoberto pela montanha de roupa umedecida que ela transportava ao mesmo tempo.

– O senhor deixou outra vez moeda no bolso da calça jeans, que ficou entalada no batedor da máquina, seu Veloso; qualquer hora vai travar tudo – disse Alzira com aquela autoridade profissional que os mais de dez anos como diarista na minha casa lhe permitem.

– Está bem, me desculpe, vou tomar mais cuidado – disse-lhe eu sem esconder o desconforto de ser flagrado em mais um dos crimes domésticos que estão sendo cada vez mais praticados por mim de uns tempos para cá.

Depois de sentir o efeito que me causou sua descoberta, Alzira mudou a voz para uma tonalidade mais maternal:

– Sabe, né? Por mim tudo bem; é que não fica nada barato ter de consertar a máquina, caso ela se quebre.  E quem vai gastar dinheiro com o conserto é o senhor mesmo, não é?  disse, e voltou a carregar na voz para completar: se bem que a máquina parada vai atrapalhar toda minha programação de serviço!

Tratei de me afastar logo dali porque a introdução indicava que o assunto iria render uns bocados de minutos, como sempre acontece quando sou flagrado nesses esquecimentos.

HORA DE REAGIR

O que me aborrece é que a cada dia mais me convenço de que as pessoas esperam – ao contrário da realidade – que um homem torne-se perfeito com o passar do tempo. Se eu fosse 25 anos mais jovem esse achado provavelmente nem chegaria ao meu conhecimento. Entendem que alguém nessa idade quando esquece coisas é por "excesso de problemas no trabalho" e sabem que nem adianta tentar corrigir a pessoa.

Há cerca de uma semana, uma colega minha, de seus 30 anos, teve um esquecimento semelhante. Ela deixou o celular novinho no bolso da calça jeans que foi parar, sem ser visto, na máquina de lavar roupas lá dela. O aparelho foi chacoalhado à exaustão naquele mar de “OMO”, rodopiou por várias vezes por cerca de quinze minutos cada, e só depois de enxaguado e devidamente centrifugado foi que a Constância – a moça que trabalha pra ela – percebeu o desastre:

– Dona Salete! a senhora esqueceu o celular no bolso da calça e ele foi lavado junto com as roupas! – gritou Constância para minha amiga que estava em outro cômodo da casa.

– E será que ele está funcionando?  gritou outra voz de lá de dentro mais por curiosidade que por lamentação.

– Acho que vai acontecer igual ao meu que uma vez também caiu na máquina: não vai funcionar nunca mais! Porém, está limpinho e cheirando a “Confort”! – gritou de novo a serviçal.

Viu a diferença? A visão de mundo da Constância? Acima de tudo experiente e, por isto, compreensiva para com jovens maduras ocupadas. Eu que já passei dos 70 esqueço uma moeda de 50 centavos na roupa e parece que cometi um crime. Quando eu conto o ocorrido para alguém, todos me olham como se estivessem duvidando de minha sanidade mental.  Já minha colega, de 30 anos de idade, detona um celular de R$ 1,2 mil, com dois dias de uso e ninguém questiona o ocorrido?!

Estamos no final dos tempos. É hora de reagir: Cadê meu “Estatuto do idoso”? 



sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

O lado positivo da corrupção


Também fiquei um tanto chocado, quanto você ficou agora, quando eu soube do título que meu admirado amigo psicólogo, Plínio Garcia, daria para seu livro de estreia na literatura jacareiense: O lado positivo da Aids, lançado em 2011, que hoje me inspirou este artigo.


   
^^^Plínio e seu livro publicado em 2011^^^

Imito o título com a intenção de atrair você para a leitura, coisa que não está fácil conseguir nestes tempos de chuvas de escritos em redes sociais. O tema que desenvolvo perde longe para o do livro de Plínio, salvo pequenas semelhanças estruturais. Mas, é motivo de esperança ver que dá para aprender com surras que a vida nos aplica quando acha que precisamos delas.

Minha comparação, explico, perde para o tema usado pelo psicólogo no livro principalmente por ele demonstrar que a síndrome Aids, quando encarada de frente pelo portador do vírus HIV, é controlável. Já a corrupção – nunca ficou tão claro como nos dias de hoje – mostra-se dura na queda: os envolvidos em mazelas jamais se considerarem corruptos. Algumas vezes chegam até a gastar mais do que pilharam para provar não terem agido como as provas e as evidências mostram a quem quiser ver. Este é o principal obstáculo.

“ALELUIA!”

Em artigo publicado na Folha de São Paulo, quarta-feira, 27, intitulado Conselhos sem moral (Ilustrada pág. C8), o colunista Marcelo Coelho comenta estatística editorial da Amazon brasileira. Segundo os números mostram, o livro Como fazer amigos e influenciar pessoas, do escritor norte-americano Dale Carnegie (1888-1955), publicado em 1937, foi o livro mais vendido de 2017, só pela Amazon – somando impresso e digital –, o que deixa para trás, com tremenda folga, medalhões como Dan Brown, John Grisham e Paulo Coelho.


^^^Marcelo Coelho, colunista da Folha de São Paulo


Por causa dessa façanha, a Folha deu a ela quase metade da última página do caderno Ilustrada, – espaço considerado nobre pelas editorias de jornal. E isto, por si só, é tido como outra façanha, porque o jornal dificilmente abre espaço para um livro de psicologia aplicada como o assunto era classificado na época (anos mais tarde foi apelidado de “autoajuda”). Articulistas e críticos do jornal, em sua quase totalidade, sempre torceram o nariz só de ouvir a menção tanto aos títulos desse gênero quanto à classificação sistemática das obras, a tal autoajuda.

Sinal dos tempos. Para você ter uma ideia, em 2007, Como fazer amigos e influenciar pessoas já estava na 51ª edição e havia vendido mais de 50 milhões de exemplares pelo mundo. A estatística da Amazon, dez anos depois, ao mostrar o desempenho editorial do livro foi decisiva para amenizar a aparente birra da Folha para com livros de autoajuda. Tanto que abriu cinco grandes colunas para Marcelo Coelho (com ilustração de Lulli Penna) falar de uma obra escrita há exatos 80 anos e que ainda é show de bola.


^^^Um dos livros mais vendidos no mundo


Alvíssaras! exclamaria um jornalista de 1937, época em que saiu a primeira edição do livro, exclamação que aplaude uma boa notícia publicada e pede um prêmio para ela (dicionário Priberam da língua portuguesa). Prêmios, no caso, já entregues, pois se somarmos os quase 100 milhões de exemplares do livro vendidos até hoje; a Marcelo Coelho ter lido a obra (mesmo que tenha sido só para comentá-la) e a Folha ter aberto o espaço Dale Carnegie pode descansar em paz que já foi consolidadamente reconhecido.

MAS, E A CORRUPÇÃO?!

Assim como o livro do meu amigo Plínio registra que a Aids tem seu lado positivo quanto à meta da transformação humana (entre a população doente e a não infectada) com a mudança de hábitos, conceitos e visão sociais), a corrupção tem seu lado positivo. Isto quando (e se) aprendermos que a sociedade não pode descuidar um  minuto dos comportamentos e ações de seus governantes. Nunca. Sempre quando nos mostrar o quanto erramos ao assinar, às vezes por pura negligência, verdadeiros cheques em branco para cidadãos que nos prometem mundos e fundos e nos esquecem já no dia seguinte em que os elegemos.


O livro de Dale Carnegie tem, de fato, mudado a vida de muita gente nestes exatos 80 anos de sua primeira publicação, mas tem também gerado muita polêmica sincera, caluniosa ou de preconceito. Preconceituosa quando considera os preceitos ensinados por ele como sendo, no mínimo matéria de uma “escola de hipocrisia”, o que é injusto.

Não dá para ver hipocrisia em aconselhar você a interessar-se com sinceridade pelas pessoas com quem se relaciona, a ouvir atentamente o que elas dizem e a não magoá-las de modo nenhum a começar por críticas desnecessárias, enfim, não espantar as abelhas se quiser colher mel. Cito apenas quatro dicas das dezenas que Carnegie ensina e as exemplifica à exaustão.

UMA PENA

Tais preceitos podem ser mal interpretados ou tornarem-se perigosos se aplicados por alguém de inteligência torta voltada para o mal. É um risco que corremos sempre em quaisquer situações do cotidiano, porém que não invalida o esforço quase doutrinário do autor. Dale Carnegie estava  empenhado no início do século passado em transformar para melhor o relacionamento entre milhões de pessoas machucadas por incertezas de todos os tipos. Lembre-se que estávamos às vésperas da Segunda Guerra Mundial e o mundo mostrava-se como nunca um lugar difícil e perigoso para se viver.


Carnegie previu isso e colocou-se a campo. Percebe-se logo na introdução do livro pela maneira segura e quase impositiva que ele encarou a empreitada. Porém, como nada é perfeito, no caso da corrupção, ele talvez tenha cometido um engano técnico considerável ao distribuir as matérias nas cerca de 300 páginas de Como fazer amigos e influenciar pessoas: apresentou um de seus conceitos básicos que muito contribuiria no lidar com os corruptos (embora isto não esteja mencionado objetivamente no texto), logo nas 15 páginas iniciais do livro. 

Nesse primeiro momento, o leitor ainda não está preparado para receber os novos 'modelos de ser' para que mude seu comportamento de forma (às vezes) radical. E trata-se de um conceito muito simples, porém, como em muitos de nós pode significar mudança de um comportamento quase sempre enraizado por anos e anos, um preceito tão simples transforma-se quase em sacrifício. 

Para mim, o livro deveria começar na parte II e depois continuar pelas partes I, III etc. Prepararia mais o leitor interessado numa compensadora e nova forma de viver. Uma pena. 



Contato: bvelosomc@gmail.com